DILEMAS DO AMOR

 

scan203

Maura residia numa cidadezinha do interior. Como toda jovem de sua idade, sonhava realizar um casamento feliz com um rapaz, pelos menos, de melhor nível do que o seu. Assim poderia morar numa cidade grande e levar para lá sua mãe.

Trabalhava como doméstica e estudava à noite. Num belo dia surgiu a oportunidade. seus patrões iam para a capital e se ofereceram para levá-la. Maura nem dormiu naquela noite. que bom! Ir morar na capital, fazer lindos passeios, ver lojas com lindas vitrines e…. quem sabe, encontrar o príncipe encantado.

Sua velha mãe não concordou, mas depois, vendo o entusiasmo da filha, resolveu ceder. Na sua ingenuidade de gente simples pensava: “Quem sabe ela encontra mesmo um belo casamento….”

Os primeiros dias na capital foram maravilhosos. Que diferença de sua vilazinha pobre e triste!

Nas suas idas para escola noturna, Maura conheceu um rapaz que sempre a esperava no ponto de ônibus. Um dia ofereceu-se para levá-la para casa. Maura era simples e boa, não conhecia a malícia humana.Lindo amor Aceitou. Com o tempo surgiu atração inevitável. Ele arriscou um convite para irem ao bar tomar aperitivo, depois um cinema, depois a um apartamento.

Quando Maura percebeu seu estado, ficou desesperada. O que fazer?. Uma “amiga” ofereceu-se para levá-la a um médico, mas era tímida não tinha coragem de expor sua situação a um desconhecido. Procurou o rapaz e este a recebeu com evasivas, como sempre. Um caso feliz levou-a para o consultório de uma obstetra conscienciosa.

al_com001_2-n   al_com001_1-a   al_com001_2-o     

al_com001_2-m al_com001_1-a al_com001_1-t al_com001_1-a al_com001_1-r al_com001_1-a al_com001_1-s

A enfermeira abriu a porta do consultório que dava para sala de espera.

_Quem é a próxima?

Maura levantou-se e entrou. Diante da médica, falou nervosamente:

_Doutora…. não sei como começar. Mas…. estou aflita! Me ajude, doutora!

A doutora Ângela, impecavelmente distinta na brancura do uniforme, animou-a:

_Fale minha senhora!

_Doutora….eu…eu…errei….

A doutora acostumada a enfrentar aqueles problemas no seu consultório, sorriu complacente e perguntou:

_Quem é o rapaz?

Maura acalmou-se mais e começou a falar.

_Doutora, eu estou noiva. Pertenço a uma classe social que não perdoa erros como o meu. Será um escândalo! Não posso antecipar o casamento. Meus pais não sabem.

A doutora refletiu, com a mão no queixo.

_Mau, muito mau, senhorita. Seus pais, ou melhor, sua mãe deveria ser a primeira a saber.

_Por favor, doutora, isso lhe causaria um tremendo desgosto! Não! Isso não!

_É o que pretende fazer, “mademoiselle”?

_Doutora, talvez pudesse interromper….

_Senhorita, por que corrigir um erro com outro maior? Seria pior solução para o seu caso. A menos honesta, a menos justa, a menos cristã.

_Mas…. doutora, tantas fazem assim.

_ E então? o errado vira certo, porque a maioria o segue?

doctorsh_Que fazer, doutora? Que sugere para mim?

_ Maura, você foi chamada por Deus e escolhida pela sociedade para uma missão sublime: a maternidade. Aconteceu por vias ilícitas, mas o fato está consumado. E você quer se livra dela. Você que negar a Deus e à sociedade a sua colaboração. Pior do que isso, você quer matar um inocente! Você teria coragem de chegar sorrateiramente junta a um berço onde um nenê dormisse calmamente e matá-lo friamente? Teria?

_Oh! Não doutora! Por favor! Não é a mesma coisa!

_Não é a mesma coisa? Essa vidinha que está começando a palpitar em você é uma grande promessa. É como um botãozinho da roseira. Se você matar o botãozinho não terá a rosa. O botãozinho já é vida.

Minha filha, você parece uma jovem bem dotada, entretanto, mal orientada. Converse seriamente com seu noivo e com sua mãe, Não custa tanta arranjar um pretexto. Uma viagem imprevista, uma doença em família e antecipa-se a cerimônia.

Maura levantou-se como autômato e saiu. Não tomou o elevador. Desceu as escada e ganhou a rua. Começou a andar sem rumo. As palavras da doutora lhe martelavam o cérebro: Um bercinho…..um nenê….Sérgio…Matar….matar….matar!

De repente estacou. Uma freada brusca, gritos, um baque surdo e Maura viu sob as rodas de um carro, um corpinho de criança esmagado. Sangue…muito sangue tingindo o asfalto, muita gritaria e a mulher desesperada, segurando aquela massa disforme que fora seu filho.

 Dois contra um! Monstros - Cópia

Maura ficou apavorada. Nem sabe quanto correu. Entrou em casa como uma sonâmbula. Na sala encontrou a mãe que viera visita-la.

_O que foi filhinha? Você está pálida! Onde estava agora?

_Mamãe….o desastre…..o menino morto…..o carro assassino….que horror!

_Que disse, filha? Não entendo nada.

Maura caiu nos braços da mãe, soluçando.

*******

Naquela mesma noite tiveram uma longa conversa.

O tempo foi passando. Certo dia, Maura, reclinava sobre um bercinho azul, tinha o sorriso das mães felizes. Ao seu lado, Sérgio afagava a cabecinha inocente e dizia: Será o nosso ponto de honra, querida, educar nosso filhinho da melhor maneira possível!

_Sim, querido, faremos dele um homem de bem, um grande homem, um grande médico.

  happyprt

 

roman_speaker_md_wht Ps.: Reflitam sobre esta história que poderia ser comigo ou com você, reflitam com carinho. Amo todos vocês.

 

 

FONTE: Ecos Marianos-  Almanaque de Nossa Senhora Aparecida de 1980.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ORAÇÃO PARA PURIFICAR O AMBIENTE DE TRABALHO OU DA CASA

RESPEITO PARA COM DEUS